Como era de esperar, o jogo de Portugal com o Brasil foi para cumprir calendário. Se alguém se lembrasse de marcar um golo, então talvez jogassem a sério. Mas assim, zero-a-zero, foi tudo morno e sabe-se lá se estavam mais a apontar para fora da baliza. Certo é que, na selecção brasileira, os principais argumentos não estavam! OK, mesmo sem Robinho, Kaká e Elano, o Brasil continua a ser uma selecção de alto coturno, mas se voltarmos a defrontá-los mais à frente neste campeonato, em toda a força e sem ser a feijões (o que será muito bom sinal), neste jogo ficámos na mesma sobre as verdadeiras capacidades desta selecção orientada por Carlos Queirós.
Isto deixa-me, como adepto da selecção portuguesa, baralhado. Os sete-a-zero à Coreia do Norte não contam para grande coisa no meio deste apuramento. No fundo, ainda nada foi a doer. Mesmo sabendo que os intervenientes são bons profissionais e experimentados, cabe a dúvida sobre serem capazes de vencer adversidades, do estilo da que aconteceu na Inglaterra 66 contra a Coreia do Norte, também em jogo de tudo-ou-nada. Aquelas adversidades onde não é só de técnica, nem manha, nem simples vontade, que se constrói uma reviravolta: é a capacidade colectiva de transcenderem-se. Aquilo que Mourinho transmite como (muito) poucos. Sinceramente, com o Queirós parecem demasiado "pequenos" para ambicionarem chegar a isso.
Individualmente: Eduardo é seguro, mas pessoalmente acho o Beto melhor; Fábio Coentrão tem tido a felicidade de não ser marcado e isso torna-o espectacular, mas atenção que ele nunca desiludiu e ainda antes de estar no Benfica já tinha magia nos pés; os dois centrais (Ricardo Carvalho e Bruno Alves) são estupendos e entendem-se muito bem; para a direita, é óbvio que Miguel será a melhor escolha; Meireles, Miguel Veloso e Danny, não esquecendo outros talentos de meio-campo, ajudam imenso a criatividade do Cristiano e Simão; e Hugo Almeida está perfeitamente à altura, havendo sempre como alternativa a irrequietude do Liedson. No lado negativo, Pepe. Os brasileiros trataram-no como se faz a um traidor, ele não tem ritmo nem autodisciplina, é quezilento e compromete a equipa. Espero que não volte a sair do banco (o mesmo se aplica, com mais ou menos nuances, ao Deco). Se precisarem dum bom central de substituição têm o Rolando para fazer o lugar.
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